Você já reparou como, às vezes, uma dica simples de alguém muda tudo? Pode ser aquele vizinho que ensina uma técnica melhor para a plantar, ou o colega que compartilha uma planilha que facilita o trabalho no escritório. Pode ser a vizinha que passa a receita certa pro controle de pragas na lavoura, ou alguém na cidade que indica um curso que muda o rumo da carreira. O fato é que, quando a gente compartilha o que sabe, todo mundo sai ganhando.

Isso não vale só para a vida pessoal — vale também nas comunidades, nas cooperativas e no nosso dia a dia. Recentemente, escrevi um artigo a partir da minha tese de doutorado justamente sobre isso: como as cooperativas aprendem umas com as outras. E o que mais me chamou atenção foi que as pessoas que mais compartilham, que mais constroem pontes com os outros, são aquelas que têm o espírito cooperativista vivo no jeito de agir.

Mas essa coluna não é só sobre cooperativas. Ela é sobre mim, sobre você, sobre todos nós. A pergunta é simples: você tem dividido o que sabe? Tem escutado os outros com atenção? Tem ajudado quem está começando agora, do mesmo jeito que alguém já te ajudou no passado? Tem estendido a mão quando vê alguém com dificuldade — mesmo sem ganhar nada com isso?

O estudo mostrou que quem entende e vive os valores cooperativistas na prática — mesmo sem ocupar cargos altos ou ter muitos recursos — faz diferença real. Essas pessoas viram pontos de conexão, ajudam a manter a rede viva, constroem confiança e fortalecem o trabalho coletivo. E isso acontece no campo e na cidade, entre técnicos, agricultores, administrativos ou lideranças.

Por outro lado, onde falta esse espírito cooperativista, o conhecimento fica travado, não circula. E quando isso acontece, ninguém se desenvolve. Nem a pessoa, nem a equipe, nem a organização, nem as cooperativas co-irmãs e nem o território onde tudo isso está inserido. O resultado é um ambiente mais fechado, com menos inovação, menos união e menos capacidade de enfrentar os desafios juntos.

Aprender junto exige tempo, escuta e humildade. Às vezes, exige também deixar de lado o medo de “entregar o ouro”, e confiar que o outro vai usar bem aquilo que está recebendo. Mas os frutos são duradouros. Por isso, em vez de guardar só para si, que tal começar a compartilhar mais? Uma dica, uma experiência, uma ideia. Pode parecer pouco, mas é assim que se constroem redes fortes — e comunidades melhores.

Afinal, o conhecimento é a única coisa que se multiplica quando você divide. E quando a gente compartilha conhecimento, a gente não perde nada. Pelo contrário: ganha mais compreensão, mais confiança, mais cooperação — e mais conhecimento ainda. Clique aqui e conheça e tese completa.

Deivid Ilecki Forgiarini é especialista em Identidade Cooperativista e Gestão, com a missão de descomplicar conceitos e conectar pessoas. Com uma abordagem leve e prática, acredita que boas ideias só fazem sentido quando promovem desenvolvimento sustentável, enxergando no cooperativismo uma importante ferramenta para transformar vidas e fortalecer comunidades. Atualmente, é professor na Universidade Federal do Acre e coordena o mestrado profissional em Administração Pública, após uma longa trajetória como coordenador da graduação na Escoop – SESCOOP/RS.

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Quanto mais a gente compartilha, mais a gente aprende
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