O que são as Boas Práticas Agrícolas (BPA) – e como impactam a qualidade do vinho?

Homem colhendo uvas maduras em um parreiral com o auxílio de uma tesoura de poda.

Quando se trata de vinhos, sucos e espumantes de qualidade, os aromas e os sabores fazem toda a diferença, não é mesmo? Mas para alcançar um nível de excelência, o cuidado começa desde o cultivo das uvas, com práticas que garantem a expressão máxima de cada variedade. E é por isso que as Boas Práticas Agrícolas (BPA) precisam ser garantidas. 

Afinal, por trás de cada garrafa, existe um processo longo, cuidadoso e comprometido com a responsabilidade ambiental, social e produtiva. E não há dúvidas de que essas boas práticas se destacam como um dos principais pilares desse processo.

Para explicar em detalhes o que são as Boas Práticas Agrícolas, convidamos Maurício Bonafé, Engenheiro Agrônomo e Gerente Agrícola da Cooperativa Vinícola Aurora, para responder a algumas perguntas sobre o tema. 

Ainda, Maurício, que está há seis anos no departamento agrícola da Vinícola Aurora, nos contou como essas práticas são implementadas junto aos cooperados e por que fazem toda a diferença no produto final. Quer entender como tudo isso acontece, da videira à taça? Continue a leitura!

Afinal, o que são as Boas Práticas Agrícolas (BPA)?

As Boas Práticas Agrícolas (BPA) são um conjunto de diretrizes técnicas voltadas à produção agrícola segura, sustentável e eficiente

“Fazendo uso dessas boas práticas agrícolas, conseguimos ser mais assertivos, ser mais econômicos, ser mais sustentáveis perante a cadeia produtiva da uva. Adotando essas técnicas que temos dentro das Boas Práticas Agrícolas, conseguimos, sim, trazer um produto diferenciado ao nosso consumidor final”, explica o Gerente Agrícola da Cooperativa Vinícola Aurora.

Na viticultura, as BPA são fundamentais para garantir a qualidade da uva (e, consequentemente, do vinho), ao mesmo tempo em que preservam o meio ambiente, cuidam da saúde dos trabalhadores e asseguram a rastreabilidade de todo o processo produtivo.

Os princípios do programa, segundo Bonafé, são:

1. Manejo do solo e da água;
2. Manejo das culturas;
3. Controle de pragas e doenças;
4. Práticas de colheita e pós-colheita;
5. Direitos do Trabalhador e Relações de trabalho – Saúde e segurança dos trabalhadores.

“Quando utilizamos essas boas práticas agrícolas (e fazemos uso delas na propriedade), temos consciência do trabalho que foi feito com o produtor, principalmente na parte de rastreabilidade desse produto. Então, sabemos o que foi aplicado, que manejo foi feito, quando foi podado, quando foi colhida a uva… Todo o processo é rastreado”, explica Bonafé. 

Como funciona esse processo na prática?

Ou seja, para um bom vinho, tudo começa muito antes da primeira uva ser colhida. O plantio de uma videira exige planejamento estratégico, já que um vinhedo pode produzir por mais de 20 anos. 

Como conta o engenheiro-agrônomo, é preciso avaliar o tipo de solo, o clima da região, a escolha da variedade ideal e a estrutura de cultivo. A partir daí, entra em cena um trabalho técnico rigoroso que envolve:

  • Análise de solo e correções;
  • Planejamento da poda de acordo com o clima do ano;
  • Cobertura do solo com plantas de inverno para evitar erosão;
  • Uso consciente e controlado de fertilizantes e defensivos, com base em previsões meteorológicas;
  • Adoção de bioinsumos, como microrganismos e extratos naturais;
  • Acompanhamento constante por engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas.

E como a cooperativa Aurora atua?

Na Aurora, as Boas Práticas são implementadas com o apoio direto de uma equipe especializada. Ao todo, são dez profissionais no Departamento Agrícola, sendo sete engenheiros agrônomos e três técnicos agrícolas, segundo explica Bonafé.

“Parte deles é destinada à assistência técnica diretamente a campo, com visitas, aplicação das técnicas de trabalho, com orientação desde o início até a colheita”, pontua.

Por que as Boas Práticas Agrícolas importam para o consumidor?

A adoção das BPA na viticultura é uma garantia de qualidade e confiança para quem consome o produto final. Esse cuidado torna possível conhecer toda a cadeia de produção e garantir que os consumidores recebam um produto seguro, sustentável e de alta qualidade.

“É fundamental que a gente tenha todo o conhecimento e controle de toda a cadeia de produção da viticultura. […] Ela impacta de forma direta na produtividade, na questão qualitativa da uva também e, consequentemente, na gôndola, no produtor, no consumidor desse produto final – seja suco, vinho ou espumante”, fala Bonafé. 

Como o processo é 100% rastreável, a cooperativa Aurora, por exemplo, sabe exatamente quando foi feito cada manejo, quais insumos foram utilizados, quando foi realizada a poda ou a colheita. Esse controle garante mais segurança alimentar e permite um acompanhamento transparente da cadeia produtiva.

Além disso, a cooperativa Aurora também presta suporte com a venda de insumos agrícolas, sempre com assessoria técnica. Desse modo, o acompanhamento aos produtores é constante e personalizado.

“Temos os técnicos que ficam a campo fazendo as visitas aos produtores, onde são repassadas todas as informações técnicas para o melhor processo de manejo de cultivo das videiras. Desde a época de inverno, onde é feito um trabalho de coleta de solo, análise, interpretação e recomendações necessárias para as adubações”, conta o Gerente Agrícola.

Um compromisso que vai do campo à taça (ou copo)

Como vimos como Maurício Bonafé, as Boas Práticas Agrícolas representam não são apenas um protocolo técnico, mas sim um compromisso com o futuro da viticultura, com os consumidores e com as famílias produtoras.

Como destaca Maurício, elas envolvem toda a cadeia produtiva: do agricultor e sua família ao meio ambiente, passando pelas decisões técnicas de cada safra. 

“Fazemos toda a indicação de melhor área de colheita para o produtor entregar a uva com melhor qualidade, tanto em graduação de açúcar quanto em questão de peso, para a produção dos vinhos, sucos e espumantes da cooperativa”, conta. 

E tudo é planejado. “O plantio da uva deve ser muito bem trabalhado, muito bem planejado. Porque o plantio de uma videira dura pelo menos vinte anos com ótimas produções”, explica Bonafé. 

“A muda deve ser conduzida pra que ela venha a produzir. A produção atinge o topo após o terceiro ano. No primeiro e segundo ano é basicamente condução da planta. A partir do terceiro ano, continuam os cuidados com poda, manutenção, tratamentos sanitários, adubações… tudo até a colheita”, completa. 

Após a implantação do vinhedo, o manejo segue etapas bem definidas. E o trabalho segue até a época da colheita, com atenção especial à qualidade da uva. Cada etapa do cultivo é pensada para manter a produtividade e garantir um produto final que represente o melhor da fruta, garantindo sabores e aromas marcantes. 

Na próxima vez que abrir uma garrafa de vinho, espumantes ou um suco de uva integral, lembre-se: por trás do sabor, há um cuidado que começa antes da colheita, as chamadas Boas Práticas Agrícolas.

Sustentabilidade como prioridade para a Aurora

Outro pilar fundamental das Boas Práticas Agrícolas é a sustentabilidade, princípio que também integra os valores e a missão da Aurora, alinhando-se ao conceito de ESG (Ambiental, Social e Governança).

Segundo Maurício, as práticas sustentáveis fazem parte de todo o processo, desde a escolha da área de plantio até o manejo diário do vinhedo.

Por exemplo, o engenheiro explica que a decisão da área de plantio respeita a presença de nascentes e cursos d’água. Ainda, a construção de patamares em terrenos inclinados ajuda a reter água e solo. “Isso é um ponto fundamental para a nossa região aqui”, ressalta.

Mas não para por aí. O uso de coberturas vegetais no inverno, além de armazenar água no solo, reduz a necessidade de herbicidas. 

“Uma prática sustentável que trabalhamos muito forte aqui na Aurora é a cobertura de solo no inverno. São semeadas plantas de cobertura que ajudam a evitar o escoamento superficial da água, evitando erosão, perdas de solo e, consequentemente, perda de fertilidade”, explica o engenheiro. 

E cada vez mais, a agricultura da região investe em tecnologias verdes, como biofertilizantes e controle biológico de pragas.

Essas práticas tornam o vinhedo mais resiliente às mudanças climáticas, além de contribuírem para a preservação dos recursos naturais e a produtividade no longo prazo.

Conheça o sabor único da Aurora!

Ao longo dos seus quase 100 anos de história, a Cooperativa Vinícola Aurora é referência nacional (e internacional) quando o assunto é vinho de qualidade, responsabilidade social e respeito ao meio ambiente. 

Segundo nos explicou Maurício Bonafé, tudo isso começa no campo, com o trabalho dedicado de centenas de famílias cooperadas e o uso das Boas Práticas Agrícolas, que garantem produtos mais seguros, sustentáveis e saborosos.

Da escolha da uva à taça, toda a produção é pensada para proporcionar uma experiência excepcional, independentemente do rótulo ou da ocasião: no vinho do dia a dia, no espumante do brinde especial ou no suco de uva que faz parte da rotina da sua família.

Você pode conhecer todos os rótulos e saber mais sobre a história da Aurora acessando aqui. E se quiser comprar direto da vinícola, acesse a loja online aqui e receba no conforto da sua casa.

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